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H.P. Lovecraft

Trago a vocês literatura de verdade. Obra prima. Se você se denomina um amante do terror e nunca ouvir falar desse cara... Você, sinceramente, precisa rever seus conceitos, meu caro e minha cara. Mas como sou um bom homem... Ás vezes... Trago a vocês uma bibliografia deste homem genial e um dos contos mais famosos dele, então se preparem pois esse post é para quem realmente gosta de ler pois irá ser bastante extenso, meus caros. Peguem uma aguá, lavem o rosto de sono e aproveitem.


Howard Phillips Lovecraft (Providence, Rhode Island, 20 de Agosto de 1890 – 15 de Março de 1937) foi um escritor norte-americano celebrizado pelos seus livros de fantasia e terror, marcadamente gótico, enquadrados por uma estrutura semelhante à da ficção científica.
Durante a sua vida teve um número relativamente pequeno de leitores, mas a sua obra veio a tornar-se uma forte influência e referência em escritores de horror. Era assumidamente conservador e anglófilo, sendo por isso habituais no seu estilo os arcaísmos e a utilização de vocabulário e ortografia marcadamente britânicos.
Inspirou vários escritores como Stephen King,o escritor da série Sobrenatural, e também como o escritor do filme Cloverfild.

Lovecraft foi o único filho de Winfield Scott Lovecraft, negociante de jóias e metais preciosos, e Sarah Susan Phillips, vinda de uma família notória que podia traçar suas origens diretamente aos primeiros colonizadores americanos, casados numa idade relativamente avançada para a época. Quando contava três anos, seu pai sofreu uma aguda crise nervosa que deixou sequelas profundas, obrigando-o a passar o resto de sua vida em clínicas de repouso.

Assim, ele foi criado pela mãe, Sarah, por duas tias, e por seu avô, Whipple van Buren Phillips. Lovecraft era um jovem prodígio que recitava poesia aos dois anos e já escrevia seus próprios poemas aos seis. Seu avô encorajou os hábitos de leitura, tendo arranjado para ele versões infantis da Ilíada e da Odisséia, de Homero, e introduzindo-o à literatura de terror, ao apresentar-lhe clássicas histórias de terror gótico.
Lovecraft era uma criança constantemente doente. Seu biógrafo, L. Sprague de Camp, afirmou que o jovem Howard sofria de poiquilotermia, uma raríssima doença que fazia com que sua pele fosse sempre gelada ao toque. Devido aos seus problemas de saúde, ele frequentou a escola apenas esporadicamente mas lia bastante.

O seu avô morreu em 1904, o que levou a família a um estado de pobreza, devido à incapacidade das filhas de gerirem os seus bens. Foram obrigados a mudar-se para acomodações muito menores e insalubres, o que prejudicou ainda mais a já débil saúde de Lovecraft. Em 1908, ele sofreu um colapso nervoso, acontecimento que o impediu de receber seu diploma de graduação no ensino médio e, consequentemente, complicou sua entrada numa universidade. Esse fracasso pessoal marcaria Lovecraft pelo resto dos seus dias.

Nos seus dias de juventude, Lovecraft dedicou-se a escrever poesia, mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917. Em 1923, ele publicou seu primeiro trabalho profissional, Dagon, na revista Weird Tales. Lovecraft junto de Clifford Martin Eddy, Jr., foi um ghostwriter do magazine Weird Tales, inclusive escrevendo uma história, "Sob as Pirâmides" (Under the Pyramids, também conhecida como Imprisoned with the Pharaohs), para o famoso mágico Harry Houdini.

A sua mãe nunca chegou a ver nenhum trabalho do filho publicado, tendo morrido em 1921, após complicações numa cirurgia.

Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período, durante o qual conheceu Sonia Greene, com quem viria a casar. Ela era judia natural da Ucrânia, oito anos mais velha que ele, o que fez com que sua tias protestassem contra o casamento. O casal mudou-se para o Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, cidade de que Lovecraft nunca gostou6 . O casamento durou poucos anos e, após o divórcio amigável, Lovecraft regressou a Providence, onde moraria até morrer.

O período imediatamente após seu divórcio foi o mais prolífico de Lovecraft, no qual ele se correspondia com vários escritores estreantes de horror, ficção e aventura. Entre eles, seu mais ávido correspondente era Robert E. Howard, criador de Conan o Bárbaro. Algumas das suas mais extensas obras, Nas Montanhas da Loucura e O Caso de Charles Dexter Ward - seu único romance -, foram escritas nessa época.



Os seus últimos anos de vida foram bastante difíceis. Em 1932, a sua amada tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se para uma pequena casa alugada com sua tia e companhia remanescente, Annie Gamwell, situada bem atrás da biblioteca John Hay. Para sobreviver, considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e número de palavras (dificultando as vendas), Lovecraft apoiava-se como podia em revisões e "ghost-writing" de textos assinados por outros, inclusive poemas e não-ficção. Em 1936, a notícia do suicídio do seu amigo Robert E. Howard deixou-o profundamente entristecido e abalado. Nesse ano, a doença que o mataria (cancro no intestino) já avançara o bastante para que pouco se pudesse fazer contra ela. Lovecraft suportou dores sempre crescentes pelos meses seguintes, até que a 10 de Março de 1937 se viu obrigado a internar-se no Hospital Memorial Jane Brown. Ali morreria cinco dias depois. Contava então 46 anos de idade.

Howard Phillips Lovecraft foi enterrado no dia 18 de Março de 1937, no cemitério Swan Point, em Providence, no jazigo da família Phillips. O seu túmulo é o mais visitado do local, mas passaram-se décadas sem que o seu túmulo fosse demarcado de forma exclusiva. No centenário do seu nascimento, fãs norte-americanos cotizaram-se para inaugurar uma lápide definitiva, que exibe a frase "Eu sou Providence", extraída de uma das suas cartas.

Muitos dos trabalhos de Lovecraft foram directamente inspirados por seus constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra marcada pelo subconsciente e pelo simbolismo. As suas maiores influências foram Edgar Allan Poe, por quem Lovecraft nutria profunda afeição, e Lord Dunsany, cujas narrativas de fantasia inspiraram as suas histórias em terras de sonho. Suas constantes referências, em seus textos, a horrores antigos e a monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar algo análogo a uma mitologia, hoje vulgarmente chamada Cthulhu Mythos, contendo vários panteões de seres extra-dimensionais tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses, e que reinaram sobre a Terra milhões de anos atrás. Entre outras coisas, alguns dos seres teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção directa em toda a história do universo.

Lovecraft é talvez um dos poucos autores cuja obra literária não tem meio-termo: volta-se única e exclusivamente para o horror, tendo como finalidade perturbar o leitor, depois de atraí-lo para a atmosfera, o ambiente, o clima daquilo que lê. Ele parte de uma situação muitas vezes aparentemente banal: De um asilo particular situado em Providence desapareceu um jovem pesquisador… É assim que começa o seu único romance, O caso de Charles Dexter Ward - para ir mostrando, aos poucos, o resultado da pesquisa que o citado Charles fizera tentando encontrar um seu antepassado que havia sido obscurecido propositadamente…

Quando o livro termina, ficamos sabendo o porquê do desaparecimento do pesquisador, além de descobrir que este seu antepassado, Joseph Curven, também se dedicava a pesquisas, estas de magia negra, necromancia e ressurreição de seres inomináveis, entre os quais ele próprio.

Um dos ingredientes da fórmula lovecraftniana para seduzir o leitor é o uso da primeira pessoa: a maior parte de seus contos, entre eles as obras-primas primordiais O chamado de Cthulhu, Um sussurro nas trevas, A cor que caiu do céu, Sombras perdidas no tempo e Nas montanhas da loucura. Algumas vezes, todos os acontecimentos são vividos pelo narrador, como em Sombras perdidas no tempo; outras vezes, o narrador convive com alguns personagens e toma parte dos fatos (em geral, a pior delas).

A expressão Cthulhu Mythos foi criada, após a morte de Lovecraft, pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores a basearem suas histórias nos mitos deste. Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefactos das histórias de terror, o Necronomicon, um fictício livro de invocação de demónios escrito pelo, também fictício, Abdul Alhazred, sendo até hoje popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de vários falsos Necronomicons e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando a sua origem e percurso histórico.

É importante salientar que Lovecraft foi o autor de "O horror sobrenatural na literatura", que ainda é o mais importante ensaio sobre o género, mesmo tendo se passado mais de setenta anos da sua publicação; o surgimento, posteriormente, de autores como Robert Bloch e Stephen King não alteram este fato.


E aqui, um conto para vocês:

A Coisa No Luar

Morgan não é um literato; na verdade, ele mal consegue falar inglês com algum grau de
coerência. É isso o que me faz estranhar as palavras que ele escreveu, embora outros tenham
gargalhado.
Ele estava sozinho na noite em que aconteceu. Subitamente uma vontade incontrolável de
escrever lhe assomou, e tomando a pena na mão ele escreveu o seguinte:
Meu nome é Howard Phillips. Vivo na Rua College, 66, em Providence, Rhode Island. A 24
de novembro de 1927 — pois não sei sequer em que ano estamos agora — adormeci e sonhei, e
desde então tem sido incapaz de despertar.
Meu sonho teve início num pântano úmido e atulhado de juncos que jazia sob um céu
cinzento de outono, com um desfiladeiro encapelado de rochas cobertas de liquens elevando-se ao
norte. Impelido por alguma motivação obscura, ascendi à uma fenda ou fissura nesse gigantesco
precipício, notando enquanto o fazia que as bocas negras de muitos buracos terríveis estendendo-se
de ambas as partes até as profundezas do platô de pedra.
Em vários pontos a passagem era coberta pelo chocalhar das partes superiores da fissura
estreita; esses lugares sendo excessivamente escuros, e proibindo a percepção de tais buracos que
possam ter existido ali. Em tal espaço escuro senti consciência de um singular acesso de pânico,
como se alguma sutil e incorpórea emanação do abismo estivesse engolindo meu espírito; mas a
escuridão era grande demais para que eu pudesse perceber a fonte de meu alarme.
Concluindo, emergi sobre um platô de rocha musgosa e solo pobre, iluminado por um pálido
luar que havia substituído o orbe moribundo do dia. Lançando meus olhos ao redor, não vi objeto
vivo; mas estava sensível a uma comoção muito peculiar que vinha muito abaixo de mim, entre os
sussurrantes vestígios do pântano pestilento que eu havia acabado de abandonar.
Depois de caminhar por uma certa distância, encontrei os trilhos enferrujados de uma
ferrovia de rua, e as placas comidas de cupins ainda seguravam o trole em boas condições.
Acompanhando esta linha, logo dei com um carro amarelo de vestíbulos de número 1852 — de um
tipo de dois vagões comum entre 1900 e 1910. Não estava tinindo, mas evidentemente preparado
para partir; o trole estando no fio e o freio aéreo de quando em vez pulsando abaixo do chão. Entrei
a bordo e olhei em vão pelo interruptor de luz — notando, enquanto o fazia, a ausência de
cabineiro, que assim implicavam a ausência do motorneiro. Então sentei-me num dos bancos
cruzados do veículo. Ouvi um farfalhar na grama esparsa à esquerda, e vi as formar escuras de dois
homens caminhando ao luar. Tinham os quepes de uma companhia ferroviária, e não pude duvidar
de que fossem o condutor e o motorneiro. Então um deles fungou com presteza singular, e elevou o
rosto para uivar para a lua. O outro caiu de quatro para correr na direção do carro. Levantei-me de
um salto e corri como louco para fora daquele carro e atravessei intermináveis léguas de platô até
que a exaustão me forçou a parar: fazendo isto não porque o condutor tivesse caído de quatro, mas
porque o rosto do motorneiro era um simples cone branco com um tentáculo vermelho como sangue
na ponta...
Eu estava ciente de que apenas sonhava, mas a própria consciência não me foi agradável.
Desde aquela noite pavorosa, tenho rezado apenas para despertar: isso não acontece!
Ao invés disso eu me encontro com um habitante deste terrível mundo dos sonhos! Aquela
primeira noite deu lugar à aurora, e caminhei sem rumo pelos pântanos solitários. Quando a noite
veio, eu ainda caminhava, esperando acordar. Mas subitamente abri caminho entre os juncos e vi à minha frente o antigo bonde: e, a um lado, uma coisa com rosto em forma de conte levantava sua
cabeça e uivava estranhamente para o luar que se derramava!
Tem sido a mesma coisa todo dia. A noite sempre me leva àquele lugar de horror. Tenho
tentado não me mover com a chegada da noite, mas devo andar em meu sonambulismo, pois sempre
acordo com a coisa de terror uivando à minha frente na pálida luz do luar, e viro-me e fujo como
um louco.
Deus! Quando despertarei?
Foi isso o que Morgan escreveu. Eu iria à Rua College 66, em Providence, mas tenho medo
do que posso encontrar lá.

(1934)





Simplesmente magnifico, não acham? E isso é pouco do que esse gênio é capaz, para vocês que se interessaram a essa literatura, aqui tem um site onde vocês podem baixar todos os contos publicados do velho Howard: http://www.sitelovecraft.com/ficcao.html

Fonte:  Wikipedia

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